O que fazer quando você é seu pior inimigo?
- laura zago
- 29 de mai.
- 2 min de leitura

Você já sentiu que quanto mais você se cobra ou é crítica com a sua vida, mais estacionada, estagnada se sente?
Sentimos que nada do que fazemos é bom ou interessante, nunca nos sentimos bons o suficiente e fazemos questão de nos lembrar disso a todo instante. Nos sentimos bobos ou ridículos por começar algo novo.
Pois é, dentro da nossa cabeça existe um mundo inimaginável de possibilidades boas e ruins, e acredite: elas têm a boa intenção de te ajudar a se conectar com as pessoas, de evitar erros, elas estão desesperadas para te ajudar a viver a sua vida. Porém, quanto mais damos espaço e nos grudamos a elas, mais difícil fica não depender delas. É como se dentro de nós existisse um espião que nos dá informações privilegiadas do futuro e nos faz lembrar conteúdos significativos do passado, sempre pronto para qualquer situação que apareça, como se estivesse em uma janela esperando o momento certo de entrar no quarto.
Algumas vezes, parece um general que dá muitas ordens, outras vezes parece um colega distante que aparece só para nos lembrar que não estamos onde gostaríamos. Às vezes, está tão perto que nem percebemos, consideramos tanto a opinião dele que não conseguimos viver sem. Porque ele é essencial: ele faz você revisar aquele relatório importante e encontrar um erro que poderia te prejudicar, ele faz você estudar mais para uma apresentação que é fundamental para sua carreira. Mas a questão é quando você vive em função de achar algum defeito em si mesmo, ou nos outros. Quando o “não se achar bom o suficiente” se espalha por todas as camadas de quem você é, quando ele te trava, quando a única função dele é te aprisionar dentro da sua própria cabeça.
Como viver, sendo que o espião aparece para me avisar que eu sou uma pessoa ruim, que nunca vou conseguir?
Comece se perguntando: o que você falaria para um amigo querido que está passando por essa situação? Como você ajudaria, sabendo de tudo o que ele passou para chegar ali? Como você gostaria que ele se sentisse depois de falar com você?
Pois é, nosso espião pode ser tão cruel com nós mesmos que esquecemos que todo mundo passa por situações difíceis, todo mundo erra, e todo mundo merece ser acolhido, visto, escutado. Acreditamos tanto no espião que não nos damos a chance de tentar, para descobrir que a experiência pode ser diferente dos inúmeros cenários que o espião entrega na nossa mesa. Descubra o que você pode ser para além de não se sentir bom o suficiente.
Nesse mergulho profundo sobre quem se é, está permitido gostar de algumas partes e não gostar de outras. Faz parte do processo. Mas cuidado com o que você fala para si mesmo, porque, no final, é só você que vive na sua pele, sente as coisas do jeito que sente, só você pode ser você – e isso é o que mais importa.
Laura da Silva Zago
Psicóloga
CRP 06/178820